segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Situação crítica na Barragem do Bacanga

SÃO LUÍS - Na manhã de ontem (12), o Sistema Italuís sofreu um desacoplamento da tubulação na Barragem do Bacanga. Mas esse não foi o primeiro problema do sistema, que já havia apresentado rachaduras nos quilômetros 36 e 38 da BR-135, Campo de Perizes. A Companhia de Saneamento Ambiental do Maranhão (Caema) garante a realização de um trabalho de substituição da estrutura que sustenta a tubulação da Barragem e que uma equipe já está no local trabalhando para solucionar o problema, com prazo para retorno do abastecimento de até 48 horas.

Roseana Sarney declarou situação de emergência no Sistema de Abastecimento de Água na cidade por 180 dias devido à situação crítica do abastecimento em São Luís. Assinado pela governadora, no dia 10 deste mês, o Decreto nº 27.997 assegura o fornecimento mínimo de água à população com propostas de ações como a abertura de cerca de 60 poços isolados em locais estrategicamente definidos pela Caema. O Decreto também destaca a necessidade urgente de providências para garantir o fornecimento mínimo de água à população em razão da situação caótica da adutora do Sistema Italuís.

O diretor de Operações da Caema, Christovam Dervalmar Rodrigues Teixeira Filho, explica que o motivo do desacoplamento foi a variação de pressão ocorrida devido às interrupções do Sistema Italuís, bem como o desgaste causado pelo tempo, visto que o sistema foi implantado em 1982 com vida útil calculada em cerca de 20 anos, o que gera uma das principais causas dos constantes rompimentos agravados em razão da salinidade existente no local, que acelera o processo de corrosão.

A Caema está realizando um trabalho de substituição da estrutura que sustenta a tubulação na área da Barragem e afirma que a nova estrutura será reforçada, podendo durar até 30 anos. Com um orçamento de R$ 130 milhões e extensão de 20 quilômetros, a nova adutora tem prazo de entrega de 10 a 12 meses e vazão de 1.500m cúbicos de água por hora.

Em relação ao desacoplamento da tubulação na Barragem do Bacanga e às atividades da Universidade Federal do Maranhão (UFMA), o engenheiro civil e integrante do Departamento de Projetos e Obras da Prefeitura de Campus (Precam), Antônio de Jesus Arnold dos Santos, comenta: “A UFMA é abastecida com água da Caema e de poços artesianos. Por isso, o Campus do Bacanga da Instituição pode ser afetado. Esperamos que isso não aconteça. Mas, se acontecer, a Universidade não vai parar.”

Edição:Diogo Azoubel
Revisão:Carol Veloso
Lugar: Campus do Bacanga Situação crítica na Barragem do Bacanga

Fonte: Amanda Arrais
Notícia alterada em: 13/01/2012 12h43

Texto extraído do site: http://www.ufma.br/noticias/noticias.php?cod=12042. Acesso em: 16/01/2012.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Fóssil encontrado na Ilha de Cajual leva nome em homenagem a Alcântara

Do jornal "O IMPARCIAL"


Equinoxiodus Alcantarensis. O nome é complicado de dizer, mas, a razão é simples de compreender: trata-se de uma homenagem à capital maranhense. O nome remete a um fóssil de exemplar de peixe dotado de pulmão cujo material foi coletado ao longo de 10 anos de pesquisa. O exemplar foi encontrado na Ilha do Cajual, em Alcântara, a partir de escavações feitas por biólogos e paleontólogos da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) e Universidade de São Paulo (USP). O trabalho, que teve participação de mais três pesquisadores, sendo dois paulistas, foi intitulado 'Um novo gênero de dipnoiformes do Cretáceo do Brasil' e concluído em janeiro passado. A pesquisa representa mais um marco na área de estudos arqueológicas desenvolvidas no estado.


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A espécie não era conhecida no planeta, foi batizada no Maranhão a partir da pesquisa. Para identificá-la, os pesquisadores analisaram placas dentárias e fragmentos recolhidos. As peças variavam de um centímetro e um metro de comprimento, reunidas durante o trabalho. O material foi cuidadosamente reunido e possibilitou confirmar as características físicas e condições de vida da espécie. O Equinoxiodus Alcantarensis viveu a milhões de anos e sua principal característica é a resistência a climas secos.

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Esse espécime é o que chamamos de indicador climático, explica o biólogo da UFMA e doutor em paleontologia, Manuel Alfredo Medeiros. A pesquisa, acrescenta, se focou na definição do clima. "Nossa região é tida como de clima de seco e comprovamos que este peixe vivia em ambiente de seca prolongada e conseguia respirar o oxigênio terrestre. Dessa forma, ratificamos o tipo de clima atribuído à nossa região", explicou Medeiros. Os fósseis da espécie aqui encontrada se assemelham a outras existentes na Austrália, Amazônia e África.


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Medeiros ressalta que as características principais persistem com pequenas evoluções ao longo dos anos. "Apenas alguns detalhes sofreram mudança. A espécie encontradas na Amazônia, por exemplo, pouco diferem da já extinta", diz. O material está guardado no acervo da UFMA, mas, réplicas das espécimes fósseis podem ser visitados no Centro de Pesquisa de História Natural e Arqueologia do Maranhão (CPHNA-MA), localizado no Centro Histórico. O material foi coletado nas proximidades da área que compreende a Bacia do Itapecuru, considerado um dos maiores sítios arqueológicos do Maranhão. O local guarda numerosos fósseis que vem sendo recuperados e rendem rica informação sobre os ambientes do norte da América do Sul e característica do clima e fauna destas áreas.
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Medeiros diz que esta espécie, à época comum, hoje é considerada rara e presente em poucas regiões. O trabalho dos pesquisadores maranhenses e paulistas se tornou conhecido mundialmente e despertou interesse de estudiosos da China e França, que frequentemente aportam no estado em busca descobertas nos sítios arqueológicos locais. "É um potencial de exploração turístico do qual o Maranhão pode tirar proveito. Poderíamos usar de maneira mais efetiva de forma a gerar renda e impulsionar o turismo em São Luís , Alcântara e na Bacia do Itapecuru. Seria uma forma de gerar renda sem prejudicar este patrimônio e seguindo a legislação", conclui Manuel Medeiros.

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